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Blog para contos de ficção científica, literatura fantástica e terror

O vaso


Do lado de fora do antiquário as luzes dos rotolights dos carros da policia e de resgate do corpo de bombeiro chamavam a atenção de quem quer que por ali passasse naquele final de tarde. Saio da loja ainda perdido, atordoado e vejo além das barreiras de fitas que impediam a passagem de curiosos, um amigo que eu não via há muito, muito tempo.
– Ah! Velho amigo. Tenho uma história muito interessante para contar, disse eu para meu vizinho de loja, enquanto o vai e vem de bombeiros e policiais dentro do meu antiquário não para. Sempre contávamos as histórias do dia a dia um para o outro, afinal foram mais de duas décadas de convivência com lojas vizinhas. Aconteceu hoje pela manhã.
*********
O tilintar dos sete sinos da felicidade localizado à frente da porta de entrada da pequena loja de antiquário fez-se ouvir nos fundos, no pequeno escritório cuja porta sempre está aberta. O cheiro do café quente na xícara larga me faz relutar por um momento entre ir atender ao cliente que entrou na loja ou simplesmente continuar apreciando o líquido maravilhoso, sentado em minha confortável cadeira dos anos vinte do século passado. Balanço a cabeça, mais para espantar o sono do que para mexer com os poucos cabelos que restam.
Levantei-me da cadeira e fui até o cliente que estava me esperando em pé, em um antigo balcão. Era um homem já de idade avançada, aparentando uns setenta anos de idade, talvez mais. Estava usando terno de cor preta, tão surrado que mais parecia cinza e devido aos anos de uso apresentava sinais de ter sido cerzido muitas vezes. Ele trazia em uma das mãos uma mala muito antiga, daquelas com reforço de ferro nas quinas, talvez mais velha do que ele mesmo, amarela e com sinais de manchas provocadas pela água ou outros líquidos que lhe tenham caído por cima.
O ancião me deu um sorriso generoso e eu lhe perguntei o que podia fazer para ajudá-lo.
– Vim lhe oferecer alguns objetos muito preciosos, disse ele me olhando diretamente nos olhos. Objetos que me são muito caros, mas que eu preciso me desfazer. Como você vê, eu já estou idoso e preciso me sustentar.
Ele inspirou o ar da loja e o sorriso continuou enquanto falava. – Que cheiro delicioso de café…
– Sente-se um pouco, disse-lhe, eu vou trazer dois cafés para nós.
Fui até a pequena copa ao lado do escritório e coloquei a bebida ainda fumegante em duas xícaras e levei até o balcão onde ele estava. Ele sentiu o perfume e sorveu a bebida com prazer estampado em seu rosto.
O velho homem então colocou a mala em cima do balcão e a abriu. Dentro eu reparei que trazia objetos velhos e se destacavam um espelho, uma capa de chuva, um guarda-chuva e um velho vaso.
– Veja, continuou ele falando, são artefatos valiosíssimos que eu trago comigo. Tenho certeza que me pagará o valor devido por qualquer uma delas.
Ele sorria para mim e me lembrava aqueles personagens de filmes antigos, mascates, que contavam histórias mirabolantes sobre os produtos que vendiam, muitas vezes elixires da juventude, remédios que ao passar na cabeça faziam crescer cabelo, cura contra todas as doenças… coisas desse tipo e prometiam ao incautos que o sucesso era imediato.
Então o velho retirou da mala um espelho, daqueles que se usava antigamente para fazer barba, só que este tinha uma moldura de metal, já bem gasta. Ele começou a falar daquele espelho, que tinha sido dado de presente a ele por um sultão da Arábia e que o espelho já o havia ajudado inúmeras vezes.
– O espelho mostra o verdadeiro eu das pessoas – disse o velho homem – se você quiser saber com quem realmente está lidando, é só fazer com que a pessoa olhe diretamente para o espelho que ele lhe mostrará sua verdadeira face. Faça você mesmo o teste.
Eu então olhei para o espelho e o que vi me surpreendeu. Era eu mesmo. Por alguns instantes, não sei o porquê, cheguei a acreditar que veria outra imagem. Então posicionei o objeto de modo a ver a imagem do velho, ainda tinha a esperança tola de ver outra coisa, mas vi apenas a figura do ancião sorrindo para mim.
-Vejo que não gostou do espelho. Disse ele me olhando meio de soslaio. Permita então que eu lhe mostre outro objeto que com certeza você se agradará.
Imediatamente ele tirou um velho guarda-chuva de dentro da mala. Parecia realmente uma peça de antiguidade. Tinha o tecido já muito gasto e com pequenos furos como se tivesse sido roído por algum inseto, baratas talvez, e o cabo de madeira estava rachado, mas sem dúvidas não tinha valor.
– Esta peça maravilhosa de arte serviu de motivação para um filme de Hollywood. Foi usado na cinegrafia do filme Mary Poppins. Você conhece? Perguntou-me. Mas ele realmente é mágico. Ele faz com seu dono voe por pequenas distâncias quando necessário. Meu sobrinho estava com ele uma vez em uma enchente e ele conseguiu voar e salvar sua vida. Como disse é muito especial e posso fazer um preço muito bom se você quiser.
Fiquei olhando para ele e vi em seus olhos que realmente ele acreditava no que estava falando. Imaginei que talvez a idade tivesse afetado um pouco a sua mente, mas ele falava com muita desenvoltura e logo descartei essa hipótese.
– Também não gostou, mas espere. Seus olhos brilhavam intensamente de alegria.
– Tenho aqui um último objeto que poderá lhe ser muito útil.
Notei que ele continuava muito feliz de estar conversando comigo e colocando em prática suas habilidades de vendedor. Ele retirou outro objeto e o colocou em minha frente. Sorriu e guardou então o espelho e o guarda-chuva. Ficou me olhando, como se quisesse que eu apanhasse o objeto e como não tomei essa atitude ele o abriu para mim.
Tratava-se de uma antiga capa cinzenta, de tecido, desbotada e faltando ao menos um botão, pelo que pude notar em um rápido exame.
– Esta capa é uma jóia raríssima. Ela tem o dom da invisibilidade, ela faz com que quem a estiver usando em uma noite ou um dia chuvoso, fique invisível.
– Eu mesmo fiz uso destes maravilhosos atributos quando estava na cidade de Bagdá certa feita.
Nós nos sentamos em duas poltronas fabricadas nos anos de 1930 que ficavam praticamente de frente uma para outra e então o velho homem que tomava pequenos goles de café continuou. O seu rosto expressou certa tristeza.
– Era uma cidade belíssima na época, antes de tiranos dominá-la e de loucos poderosos atacá-la. Tinha uma espécie de sócio naqueles tempos e eu desconfiava que ele não fosse muito honesto. Eu tinha recebido uma encomenda de um cliente da Europa a respeito de dois objetos que datavam de épocas imemoriais e, portanto, caríssimos.
Ele balançou a cabeça e em seus olhos vi um grande pesar.
– Ghasi, meu sócio e amigo abriu a porta do quarto onde eu me hospedava e entrou cambaleando. Estava ferido, por uma adaga disse-me ele. Eu o levei até um sofá e o ajudei a sentar. Soldados locais o haviam interceptado enquanto ele se preparava para se “apoderar” de um dos objetos encomendados. Disse-me que outro homem o havia ferido, mas tinha conseguido fugir, contudo havia outras pessoas em seu encalço. Ele me entregou um vaso, um presente e me disse para vestir a capa que estava na sacola e que estava na sua família há gerações e sair pela porta da frente da estalagem.
– Imediatamente eu vesti a capa e peguei a sacola que continha o vaso. Segurei suas mãos e ele me disse para ter uma longa e proveitosa vida dando o último suspiro ao meu lado.
– Peguei rapidamente os poucos pertences que tinha levado e que valiam à pena carregar, abri a porta e caminhei às pressas pelo corredor mal iluminado, quando vi subindo as escadas um grupo de homens. Encostei-me na parede, com muito medo e então o impensável aconteceu. Eles passaram por mim, com se não me vissem, como se eu não estivesse lá e entraram no quarto onde eu estava. Desci as escadas e me vi no salão iluminado da hospedaria com diversos homens uniformizados e armados observando os hóspedes atônitos. Caminhei sutilmente entre eles e nenhum me notou.
– Saí da cidade o mais rápido que pude e consegui me salvar, graças à capa.
Era uma história realmente incrível e eu estava ali olhando o velho mascate enquanto ele fazia o possível para me vender algum de seus objetos. Que imaginação fértil do velho, pensei enquanto esboçava um sorriso. Ele então se levantou e foi até o balcão onde se encontrava a velha mala. Eu fui também e apenas conseguia sorrir para ele.
– O que vai ser meu rapaz? O espelho? O guarda-chuva? Ou será a Capa?
Nesse momento eu olhava para a mala e dentro dela um objeto me chamava a atenção desde o primeiro momento em que ele abriu a mala.
– Que tal o vaso? Perguntei.
Ele se assustou. Olhou-me com uma surpresa estranha, como se esperasse que eu fosse interpelá-lo sobre o vaso.
– Ah o vaso. Continuou falando e me olhou estreitando os olhos. O vaso eu não posso vender. Essa maldita coisa custou a vida de um grande amigo meu, conforme te disse. Ele me foi dado e eu só poderei passar adiante se for doando para alguém.
– Mas é um objeto muito perigoso. Continuou ele. Não quero que você se machuque. E, além disso, é amaldiçoado, um dono anterior amaldiçoou quem tentasse ganhar dinheiro com ele. O vaso mostra o passado ou futuro de quem olhar fixamente seus desenhos. Carrega em seu interior um gênio mal, assassino, um Jin …
Eu estava rindo do pobre homem e ele se zangou.
– Não ria jovem – disse ele – não seja tolo!
Ficou me fitando por vários segundos e então sorriu.
– Eu o darei a você. Mas só se você comprar um dos outros objetos.
Nesse momento nós dois rimos sonoramente. Ele tinha jogado isca e eu tinha mordido. Velho experto, pensei.
– Está certo meu velho. Comprarei o espelho, e então ganho o vaso.
– Isso mesmo! Respondeu ele com alegria. Compra o espelho e lhe dou o vaso como presente. Eu o darei de coração.
– Quanto quer pelo espelho?
Ele me olhou. Seu rosto e o sorriso que me deu, demonstraram muita tranqüilidade. Passou as mãos pelos cabelos brancos e disse: – O quanto seu coração ordenar.
Acompanhei o velho até a porta depois de pagá-lo e a abri, escutando o tilintar dos sete sinos. – Adeus meu velho – eu falei.
Um sorriso largo e um cumprimento com a cabeça foram sua resposta.
Caia uma fina garoa na rua e eu fiquei observando na porta o homem retirar a velha capa e vestir. Saiu andando na chuva, assobiando alguma coisa.
Um carro buzinou e olhei em sua direção. Imediatamente olhei onde o velho estava e não o vi mais, apesar de ter poucas pessoas na rua, no momento.
– Não – Falei alto, comigo. Olhei de novo na direção que ele havia seguido.
– Não, isso não é possível. Comecei a rir alto enquanto o que havíamos conversado me voltava à lembrança.
Fechei a porta e continuei sorrindo. Dirigi-me ao escritório e fui sentar na minha mesa. Peguei os dois objetos, um em cada mão e coloquei o espelho no canto da minha mesa, encostado na parede. Virei a cadeira e coloquei o vaso na estante que tinha atrás da cadeira. Ali, junto com outros objetos antigos ele vai passar despercebido, pensei.
A pequena estante que ficava atrás da minha mesa tinha divisões modulares como andares em um prédio. Junto ao solo ficavam objetos maiores de até setenta centímetros, lá ficavam jarros, estátuas de porcelana com certo valor. Nos dois módulos de cima, com um espaço de trinta centímetro cada ficavam objetos menores, desde chaveiros, relógios antigos e pedras semi-preciosas até objetos de valor real como colares, pulseiras, brincos e outros artefatos de ouro, protegidos por portas de correr de vidro com cadeados.
O dia já estava findando quando entrou uma mulher na loja. Não percebi se os sinos haviam tocado ou não, estava muito entretido nos meus afazeres, então quando a percebi, ela estava em pé na minha frente. Era alta e magra, cabelos negros e tinha uma aparência muito exuberante. Bela, era uma bela mulher. Um vestido azul marinho colado ao corpo, até acima dos joelhos com um xale branco ao redor do pescoço. Eu a cumprimentei e pedi que se sentasse.
– Estou procurando um objeto muito antigo – disse.
– A senhora veio ao lugar certo – respondi. Mas que tipo de objeto a senhora procura? Móveis antigos? Pratarias?
– Estou a procura de um objeto bem peculiar, meu senhor. Um vaso.
Ela me fitava com muita seriedade, me analisando. Senti-me constrangido e estranhei a forma de agir da mulher. Na sala principal vi um vulto masculino em um terno preto que nos observava a certa distância.
– Tenho muitos deles aqui em minha loja – falei. Poderei lhe mostrar alguns muito interessantes e poderá escolher o mais lhe agradar.
Já ia levantar quando olhei de relance para o espelho e então quase gritei. Sentei-me de novo e tomei um pouco de água que estava no copo à minha frente. A mulher sorria para mim. O que vi no espelho era uma criatura de olhos grandes e vermelhos, com uma boca enorme de onde saíam uma baba avermelhada, dentes afiados e grandes, sem cabelos, parecia saída de um filme de terror.
– Está tudo bem com o senhor? Perguntou ela, arisca, desconfiada pelo meu susto.
– Sim, apenas um mau súbito, uma leve tontura – disse – Vamos olhar os vasos?
Ela me olhou então com indiferença, como se eu não estivesse ali, seu acompanhante se aproximou e colocou a mão direita sobre o ombro esquerdo da mulher.
– Pagamos pelo vaso qualquer valor que você possa estipular. Dinheiro, prata, ouro, diamantes, o que quiser. Disse a mulher.
Imediatamente o que o velho me falou veio na mente. Era uma doação, um presente. Não poderia lhes dar algo que eu tinha acabado de ganhar.
– Lamento, mas não sei do que estão falando. Não quero fazer negócios com vocês – falei.
– Queremos o que o velho mago lhe vendeu – disse o homem com uma voz rouca. Queremos aquilo que nos foi roubado. Você sabe muito bem do que eu estou falando.
Estremeci. O homem já estava aos berros. Olhei para a porta, pensei em correr, pois nessa altura já temia pela minha vida. Imediatamente acionei o alarme silencioso de roubo que fica ao lado de dentro da mesa.
Eles me olhavam estranhamente e então eu vislumbrei pelo espelho o rosto do homem. Fiquei apavorado, parecia com a mulher, mas era maior e tinha três olhos, sendo que o terceiro ficava no centro da testa e era todo negro.
– O espelho!!! Vociferou ele.
– Ele tem o maldito espelho da verdade – disse. O vaso está por aqui.
A essa altura eu os via como eram de verdade, sua aparência real. Estava apavorado, mal consegui balbuciar algumas palavras de negação, que não sabia do que estavam falando, quando o homem me arrancou da cadeira onde eu estava sentado, como se fosse um boneco de pano e me deu um soco no rosto que arrebentou meus lábios e quebrou meus óculos.
– Não estamos de brincadeira homenzinho – disse a mulher – quero o vaso e quero agora.
Ela retirou uma adaga de dentro da bolsa e veio em minha direção. O homem me segurava como se eu fosse um brinquedo em suas mãos, tentei correr e percebi que meus pés não tocavam o chão, então comecei a gritar, tentando de algum modo salvar minha vida.
Ela então passou a adaga afiada em meu rosto cortando minha boca de lado a lado, fazendo o sangue correr pelo rosto e peito. Eu chutei com força e atingi a mulher na barriga.
O homem então me balançou como um boneco de pano e me arremessou contra a estante. O impacto quebrou os vidros que protegiam os objetos de valor. Tentei me levantar, mas ele afundou as garras nas minhas costelas e senti que pelo menos duas se quebraram.
Eu respirava com dificuldade, mas mesmo assim tentei levantar e correr, correr para salvar minha vida. Mas não consegui nem passar pela mulher que me derrubou com um pontapé.  Encostou a adaga no meu peito e perguntou de novo onde estava o vaso, com a baba caindo sobre o meu rosto, me embrulhando o estômago, fazendo com que vomitasse ao mesmo tempo de nojo e de medo. Involuntariamente olhei na direção da estante quebrada e ela percebeu.
Estava em cima de mim, com os joelhos no meu peito e a arma apontada na direção do meu pescoço. Consegui empurrá-la de cima de mim e virei para tentar me levantar quando ouvi um grito e ela enfiou a faca nas minhas costas e a retirou.
Caí meio virado e me arrastei até a parede, fiz um esforço para não desmaiar e me sentei apoiado nela. Vi enquanto reviravam os objetos no chão e encontraram o vaso.
Bem que a policia podia chegar logo – pensei.
Eles começaram a vir em minha direção outra vez. Vou morrer – pensei. Respirava com mais dificuldade e sentia um gosto amargo na boca.
Então os sete sinos da felicidade tocaram outra vez.  Olhei para a porta aberta do escritório, o velho estava lá, em pé. Com a velha mala na mão e olhava seriamente a situação.
O homem saltou em sua direção, como um gato selvagem salta na direção da presa com a intenção de matar, as garras enormes saltadas para fora, mas o que vi me deixou estupefato. O velho fez apenas um gesto levantando a mão e o homem parou no ar, começou a urrar como um animal selvagem. A mulher pegou o vaso e como se fosse uma cobra, começou a se arrastar pelo chão com uma rapidez inimaginável, estava quase passando pela porta quando o velho a viu. Jogou a mala ao chão e a segurou pela perna.
O Homem e ela começaram a falar palavras que eu não entendia, e então as palavras ditas por eles saiam em uníssono e a adaga que estava no chão voou na direção do velho atingindo-o no peito.
Ele riu alto e perguntou a eles se não sabiam com quem estavam lidando. Aquilo era magia, por isso o chamaram de mágico, ou seria mago? Fez um gesto com ambas as mãos como se segurasse seus corpos, então jogou a mulher e o homem contra o teto e contra o chão uma série de vezes. Por fim, bateu as mãos uma contra a outra enquanto cantarolava baixinho alguma coisa. Eles se incendiaram e gritaram até seus corpos virarem cinzas e desaparecer.
Ele veio andando até onde eu estava sentado e me deu um sorriso. – Você não o vendeu. Sabia que estava entregando à pessoa certa…
Levantou-se e retirou a lâmina do peito e a colocou na mala, assim como ao espelho. Ele parecia crescer e rir, enquanto desaparecia, se transformava em névoa.
Ouvi as sirenes da polícia cada vez mais perto, policiais entrando de armas na mão passando por ele, como se não o vissem, olhando as marcas dos corpos carbonizados no chão, falando pelos rádios.
**********
Meu amigo era o dono da loja vizinha. Seu nome era Mustafá e trabalhava com importação de tapetes do oriente médio. Perguntou-me como estava e disse que ele e outros negociantes da rua estavam felizes por me ver, mas me repreendeu por eu ter resistido ao assalto.
– Assalto? Perguntei.  Não foi assalto.
– Você está confuso meu caro, mas logo estará bem. Falou Mustafá. E então o que aconteceu?
– Há! Há! O que aconteceu, meu velho amigo, foi que a adaga estava embebida em veneno e os socorristas não chegaram a tempo para me salvar…
– E então eu morri…

Um conto de Swylmar Ferreira

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Publicado às 13 de fevereiro de 2012 por em Contos de Terror, Contos Fantásticos e marcado , .

A saga de um andarilho pelas estrelas

DIVULGAÇÃO A pedido do autor Dan Balan. Sinopse do livro. Utopia pós-moderna, “A saga de um andarilho pelas estrelas” conta a história de um homem que abandona a Terra e viaja pelas estrelas, onde conhece civilizações extraordinárias. Mas o universo guarda infinitas surpresas e alguns planetas podem ser muito perigosos. O enredo é repleto de momentos cômicos e desconcertantes que acabam por inspirar reflexões sobre a vida e a existência. O livro é escrito em prosa em dez capítulos. Oito sonetos também acompanham a narrativa. (Editora Multifoco) Disponível no site da Livraria Cultura, Livraria da Travessa, Editora Multifoco. Andarilho da estrela cintilante Por onde vai sozinho em pensamento, Fugindo dessa terra de tormento, Sem paradeiro certo, triste errante? E procurar o que no firmamento, Que aqui não encontrou sonho distante Nenhum outro arrojado viajante? Volta! Nada se perde com o tempo... “Felicidade quis, sim, encontrar Nesse vasto universo, de numerosas, Infinitas estrelas, não hei de errar! Mas ilusão desfez-se em nebulosas, Tão longe descobri tarde demais: Meu amor deste lugar partiu jamais!”

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- Sinopse -

Neste surpreendente romance de ficção científica, Madhu é abduzida por uma nave intergaláctica. A bordo da colossal nave alienígena fará amizade com uma bizarra híbrida, conhecerá um androide que vai abalar seu coração e aprenderá lições que mudará sua vida para sempre.
Madhu é uma Semente Estelar e terá que semear a Terra para gerar uma Nova Realidade que substituirá a ilusória realidade criada por Lúcifer. Porém, a missão não será fácil, já que Marduk, a personificação de Lúcifer na Via Láctea, com a ajuda de seus fiéis sentinelas reptilianos, farão de tudo para não deixar a Nova Realidade florescer.
Madhu terá que tomar uma difícil decisão. E aprenderá a usar seu poder sombrio em benefício da Luz.

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